Pimenta na batata

Colocando um calor brasileiro na história alemã

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Local: Vila Velha, ES, Brazil

Sou estudante de Comunicação Social / Jornalismo na Ufes e estou no 8º período, desenvolvendo meu TCC. Para entender o porquê do blog, leia o primeiro post “para início de conversa” (Archives - Março 2006). ............. GENTE, COMO ISSO ESTÁ VELHO! Bem, não atualizo mais esse blog (vou pensar se volto a escrever), mas atualizando a galera, já me formei, tirei 10 no TCC, fiz pós depois (tirei 10 de novo, mas não falei sobre blog) e, enfim, atuo em Assessoria de Comunicação. Volto qq hora pra dar um alô! (Maio, 2010) -------- Atualizando de novo rsrs. Saí da área de assessoria e fui pra reportagens de TV. Estou na TV ALES, da assembleia legislativa do ES. No YouTube alescomunicacao (julho 2016)

sábado, abril 01, 2006

Nu com a mão no bolso

NU COM A MÃO NO BOLSO

As desigualdades culturais entre brasileiros e alemães no modo de agir, pensar e tratar certos assuntos, como o corpo e o sexo, podem ser percebidas tão logo se conhece um nativo, assim que se pisa em solo estrangeiro, ao assistir a TV local ou simplesmente quando, no caso de brasileiros na Alemanha, por exemplo, se passeia num parque em dia de verão. Em Berlim tem vez o naturalismo, e os alemães não vêem problema nenhum em se despir em público para tomar sol – algo praticamente impossível de acontecer no Brasil.

Até mesmo do topless os brasileiros não são adeptos. Tanta malícia na cabeça deles não permitiria isso. E embora o Brasil seja considerado um país “erotizado”, o sexo e o nu ainda são vistos como tabu e permitidos somente com regras. Ficar sem roupas num parque público levaria o “devasso” à prisão por atentado ao pudor. Na verdade, nudismo e sexo ainda estão correlacionados aqui, e além disso biquíni tem uma conotação muito mais sexy do que deixar tudo à mostra.

No entanto, devido à liberdade, tolerância e discrição dos alemães, muito brasileiros se adaptam à cultura do corpo livre (FKK). “Acho o máximo ver o pessoal todo pelado. Na sauna também não me importo em estar pelada. Se aqui é assim, eu aceito. Quando vou ao Brasil, vou de biquíni. Nem melhor, nem pior, outra cultura”, relata a carioca Karla Mendonça, de Hamburgo, que não perde a oportunidade de brincar: “mas precisa a mulherada economizar tanto na gilete? É tanta aranha caranguejeira...”

Entre as tentativas de explicar a preocupação com o corpo (ou a falta dela) em ambas culturas, chegamos a uma tese “climática”, em termo compreensível: na terrinha tropical, onde o sol brilha praticamente o ano inteiro, as pessoas desfilam seminuas pelas ruas e praias e há um certo exagero no culto ao corpo. Enquanto isso, na maior parte do ano, os alemães têm que ficar com seu corpo (malhado ou com barriguinha saliente de cerveja) coberto de roupas.

LUCIANA WERNERSBACH, de Berlim para a Brazine #16.

(fragmento de matéria publicada na revista Brazine Berlim, de janeiro de 2006. http://www.brazine.de/)

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